segunda-feira, 25 de julho de 2011

Menina do Bueiro

Enquanto algumas garotas brincavam com seu corpo como se ela fosse uma boneca, Carmem pensava enquanto suas lagrimas escorriam pelo roto, “Por que elas fazem isso? Alguém me ajude”. Mas as impiedosas colegas de escola continuavam empurrando a menina e despejando palavrões vulgarizando sua pessoa.

“Sua CDF, é isso que você merece.” – gritava uma.

“Olha como ela é fraca, nem consegue se defender.” – gritou outra.

“Vamos jogar a esquisita naquele bueiro aberto, assim ela vai estar com seus familiares, ratos e baratas.” – disse uma delas com ar de perversidade apontando um bueiro aberto.

“Sim, lá é o seu lugar.” – disse a mais velha de todas cuspindo no rosto de Carmem. 

Em meio a risadas e enquanto estava sendo puxada em direção ao bueiro, Carmem pensava, mas não conseguia entender por que era castigada por ser diferente. Ela era quieta, não tinha amigos, tirava notas excelentes e nunca criou confusão ou desrespeitou uma colega.

“Vai pro lixo sua idiota.” – foram as últimas palavras que escutou antes de ser atirada no bueiro. 

As garotas davam suas gargalhadas diabólicas ainda gritando obscenidades a Carmem, esperando ela emergir do bueiro. Alguns minutos se passaram e a menina não aparecia, uma delas decidiu chamar a policia. Horas depois a policia retirou o cadáver de Carmem do esgoto, ela tinha batido a cabeça no concreto e quebrado o pescoço.

Alguns dias depois, na matéria principal do jornal quinzenal da escola lia-se “Carmem cai em bueiro e morre”. O assunto que desde o ocorrido era o mais comentado nas rodas da escola e o boato de que a menina teria sido jogada no bueiro era suspirado de ouvido a ouvido.

No dia seguinte da liberação do jornal, o autor da matéria, que era colega de Carmem e presenciou o assassinato, desapareceu. O mais estranho é que ele desapareceu durante a noite, além de morar no vigésimo andar não havia sinais que ele havia saído.

O tempo foi passando e algumas pessoas que contaram a história trágica e as assassinas foram desaparecendo uma por uma. A polícia investigou toda a escola e seus arredores, mas não achavam pistas dos desaparecidos. Até que um dia um dos policiais pesquisando na internet relatos da morte de Carmem, achou um blog de uma estudante que relatava com detalhes o acontecido, porém nesta versão ela dizia que Carmem foi assassinada por uma brincadeira maldosa das colegas. 

E estudante era Liliane, ela foi interrogada e até acusada de estar desaparecendo com os outros colegas, mas a polícia não conseguiu provas contra ela. Em seu relato a polícia, ela disse que logo após Carmem morrer ela viu o espírito da garota sair flutuando do bueiro, mas não parecia mais ser a mesma. Seus olhos cheios de ódio e desejo de vingança, seu corpo agora deformado cheio de sangue e quando as assassinas foram embora, o espírito foi junto.

A história logo se espalhou, algumas pessoas riam de Liliane, outras acreditavam e tinham medo do fantasma de Carmem. Alguns alunos continuaram a desaparecer, um por dia e a única coisa que ligava uma morte com a outra era o fato deles ter contado sobre o assassinato como um acidente.

Uma mulher que morava em frente ao bueiro onde Carmem morreu chamou a prefeitura para investigar a peste que vinha de dentro desse bueiro. Pois o fedor insuportável que ele exalava estava mais forte a cada dia. Quando os trabalhadores abriram esse bueiro não acreditaram no que viram. Vários corpos de adolescentes mutilados e pelos corpos estava escrito, com o que a autópsia identificou sendo com as unhas, a frase “Mentirosos, eu não cai”.

sábado, 16 de julho de 2011

Ainda as histórias...

Desde que inventaram a escrita, aquele que escreve, escreve sobre o amor. Talvez ele tenha inventado a escrita por amor. Talvez eu imagine isso, porque milênios depois a gente ainda escreva muito, quase demais, sobre o amor. Os poetas querem decifrar o amor. Os romancistas tendem a fazer de conta que aquele amor pertence aos  personagens. A realidade experimenta sufocar o amor. As canetas escreveram, como a nenhuma outra palavra, em todas as línguas inventadas transformadas em escrita, esta: amor.Shakespeare, que alguns nem acreditam que tenha existido, dramatizava o amor. Cervantes tentava quixotescamente elucidar a loucura do amor. As flores, quando brotam, fazem lembrar o amor. As cores das flores são como aquelas que a gente pensa que o amor tem. A religião tenta deserotizar o amor. A adolescência acha que todo aquele desejo de repente nem é amor. Os padres falam que aquele sentimento que Deus tem por nós é Amor. As pessoas amam seus filhos gerados num momento de amor. Algumas teses tentam esmiuçar o amor. Diversos livros pretendem dar aulas do que é amor. Todos os poemas de amor tentam traduzir o amor. Seus autores desejariam materializar o amor, fazer com que o leitor escutasse o amor, cheirasse o amor, tocasse o amor, lambesse o amor. Desejariam fazer com que todos os sentidos estivessem ali para que, mais do que ler, este leitor sentisse o amor. O poeta entrega aquela a quem ama, através do poema, aos braços do leitor. O poeta do amor pode falar de ciúmes, mas não tem ciúmes de quem o lê, não se importa de materializar sua musa na frente dele, para que sinta ou faça com ela o amor que ele mesmo, o poeta, fez e sentiu, ou imaginou fazer e sentir com sua musa imaginária. Mas de todos os livros de poesia, o que mais chegou perto de materializar, não necessariamente o amor, mas as palavras – a musa de todo poeta é a palavra –, foi este: [tecnopoética], com suas fórmulas, projetos, diagramas, setas, plantas, manuais, cálculos e desenhos geométricos gerando poemas que, dá pra ver, desejam se solidificar, ganhar corpo, textura, contraste e uma dimensão que muitas vezes está realmente ali, em esculturas que pretendem conter os significados dos poemas, com nomes tipo Abotoaduras para Suicida, Estímulo Para um Desespero Intraempreendedor e Osculador (protótipo para possível afeição). Quem sabe o autor um dia consiga, de fato, materializar o amor. Quem sabe ele já tenha conseguido...

Começam as histórias...

Meu cérebro quis lutar contra a compreensão que vinha de meus olhos, porque era um absurdo. A mancha cor de terra que eu confundira com uma pedra, aquela massa enorme, aquilo era... uma pessoa. Meu Deus, que tamanho de pessoa! Estivera reclinada, ou agachada, mas logo se pusera em pé e desaparecera na sombra. Era alguém mais alto do que as árvores, isso eu vi muito bem antes daquilo sumir. Vi também que tinha cabeça, troco e membros, como qualquer humano. Sua altura, mesmo de tão longe, era impressionante. Aquela foi a primeira visão que tive da criatura que durou uns poucos segundos, mas até hoje me gela as veias. Talvez tenha sido o efeito tenebroso da lua cheia. Ao iluminar aquele ser descomunal, fez brilhar nele uns reflexos azulados, como se sua pele estivesse coberta por algum tipo de óleo.

Os 7 falcões é uma aventura mitológica. Narrada com uma dinâmica cinematográfica, repleta de imagens e de suspense, esta novela reserva surpresas a cada página.

Começam as histórias...

Meu cérebro quis lutar contra a compreensão que vinha de meus olhos, porque era um absurdo. A mancha cor de terra que eu confundira com uma pedra, aquela massa enorme, aquilo era... uma pessoa. Meu Deus, que tamanho de pessoa! Estivera reclinada, ou agachada, mas logo se pusera em pé e desaparecera na sombra. Era alguém mais alto do que as árvores, isso eu vi muito bem antes daquilo sumir. Vi também que tinha cabeça, troco e membros, como qualquer humano. Sua altura, mesmo de tão longe, era impressionante. Aquela foi a primeira visão que tive da criatura que durou uns poucos segundos, mas até hoje me gela as veias. Talvez tenha sido o efeito tenebroso da lua cheia. Ao iluminar aquele ser descomunal, fez brilhar nele uns reflexos azulados, como se sua pele estivesse coberta por algum tipo de óleo.

Os 7 falcões é uma aventura mitológica. Narrada com uma dinâmica cinematográfica, repleta de imagens e de suspense, esta novela reserva surpresas a cada página.

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Esperem!!!! Em breve, grandes histórias de aventuras e suspense para vocês. Aguardem!