Clã:Werneck
História do sobrenome
O sobrenome é de origem alemã, pois Werneck é também o nome de uma cidade, Werneck, localizada 12 km a sudoeste da cidade deSchweinfurt, entre esta e a cidade de Würzburg, no atual distrito de Schweinfurt, região administrativa de Unterfranken(Baixa Francônia), estado da Baviera, Alemanha. O Wern é um rio pequeno, porém importante para a região. Como a palavra Ecke significa canto em alemão, o nome Werneck pode ser interpretado como "canto do rio Wern" "ou cidade na curva do rio Wern".
Alguns genealogistas sustentam que o sobrenome Werneck não surgiu na curva do rio Wern. Em 1398 já havia um certo Wernecken residindo em Barth na Pomerânia; em 1590 havia um livreiro de nome Heinrich Wernecker em uma das cidades chamadas Rottenburg. As várias famílias com o sobrenome Werneck na Alemanha têm suas origens confirmadas somente até cidades como Württemberg eHannover ou regiões como Baviera e Prússia Oriental. Na Alemanha, usam-se também variantes deste sobrenome tais como Wernickee Wernecke.
O mais antigo ancestral conhecido do tronco luso-brasileiro Werneck foi Hans Werneck, burguês, cidadão livre e proprietário na cidade deCrivitz, ducado de Mecklenburg-Schwerin, atual estado de Mecklenburg-Vorpommern da Alemanha. Era cliente da família nobre Stralendorff de Barnim, Alemanha.
Dyonisius Werneck, filho de Hans Werneck, também era um burguês, cidadão livre e proprietário em Crivitz, mas mudou-se com sua família para Hannover, onde se tornou conselheiro do duque de Braunschweig.
O sobrenome Werneck chegou a Portugal com o filho de Dyonisius Werneck, Kaspar Werneck, que residiu na Holanda, mas também era natural de Crivitz. Kaspar Werneck casou-se com a portuguesa Mariana Ruiz de Magalhães em Antuérpia, Bélgica, no ano de 1639. O pai de Mariana Ruiz de Magalhães, Antônio Rodrigues Coeva (originalmente batizado de Antonio Ruiz de la Cueva) era um militar espanhol sediado em Antuérpia que, provavelmente, fazia parte das tropas luso-espanholas que combatiam a revolta dos Países Baixos. Depois darestauração da independência de Portugal, o casal foi viver em Viana da Foz do Lima, atualmente conhecida como Viana do Castelo, Portugal, provavelmente terra de origem da mãe de Mariana Ruiz de Magalhães. Kaspar Werneck ainda participou de algumas viagens de navegação e exploração nas costas do Brasil.
O nome de Kaspar Werneck foi aportuguesado para Gaspar Warneque nos registros de casamento. Durante vários séculos em Portugal e Brasil, este sobrenome foi grafado de diversas maneiras tais como Vernek, Verneque, Varneque, Werneques, Warneque, Berneque,Barneque, Barnech, Barneck, Braneck e Barneq, conforme citado na Revista Genealógica Brasileira.
Kaspar Werneck ou seus descendentes tinham o hábito de utilizar perucas extravagantes seguindo a moda européia da época. Assim, ficaram conhecidos na região como a família Penteado, o que deu origem a outro sobrenome comum no Brasil e Portugal.
Há em Portugal uma família Werneck Ribeiro de Aguilar descendente de uma filha de Kaspar Werneck. Uma suntuosa mansão construída em 1840 em Viana do Castelo foi residência dos "Werneck Ribeiro de Aguilar". O prédio ainda é conhecido como Casa dos Werneck, embora tenha sido vendida para outra família no início do século XX. No mesmo local desta casa, os descendentes de Kaspar Werneck viveram durante séculos.
João Berneque, neto de Kaspar Werneck, nasceu em Lisboa e foi residir no Rio de Janeiro, Brasil, no inicio do século XVIII. Por volta de 1711, quando os corsários franceses atacaram o Rio de Janeiro, foi morar em Pilar do Iguaçu, freguesia do Recôncavo do Rio de Janeiro, no inicio do Caminho Novo, a então próspera rota terrestre para as Minas Gerais. Lá nasceram as suas filhas Antonia Ribeira e Ângela de Souza que passaram o sobrenome Werneck aos filhos. João Berneque também consta como testemunha de um ato religioso como Johann Barneck.
Uma pessoa de sobrenome Werneck participou de viagens pelo rio Amazonas como citado por Rocha Pombo. Este foi certamente João dos Santos Berneque, embora o genealogista Klors Werneck julgasse que este fosse Lourenço Berneque.
Inácio de Souza Vernek (pessoa), filho de Antonia Ribeira e do imigrante açoriano Manuel de Azevedo Matos é considerado o patriarca da família Werneck que se espalhou pela região sul-fluminense onde se tornaram parte da aristocracia dos barões do café do século XIX. Nasceu na freguesia de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campo, atual cidade de Barbacena, portanto em um dos pousos finais do Caminho Novo.
Há no Arquivo Público Nacional uma caixa com documentos da família Werneck descendente de Inácio de Souza Vernek (pessoa)[5]. Estes documentos pessoais e outros existentes nos arquivos da Biblioteca Nacional mostram que Inácio de Souza Vernek (pessoa) e seus filhos assinavam o sobrenome como Vernek. Depois de 1850, os seus netos, certamente mais cultos e educados, passaram a assinar Werneck, forma correta do nome original alemão.
Um irmão de Inácio de Souza Vernek (pessoa), Manuel de Azevedo Ramos, casou com sua prima, filha de sua tia Angela de Souza, e deu origem a um outro ramo da família Werneck que se mudou para as cidades de Leopoldina e Muriaé em Minas Gerais.
Note-se que as regras atuais de passagem de sobrenome de pais para filhos não eram aplicadas na época, de modo que o sobrenome Werneck se propagou quando os descendentes das filhas de João Berneque preferiram o uso deste.
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